quinta-feira, 24 de setembro de 2015

SECA PODE SER BASTANTE REDUZIDA, GARANTE ESTUDIOSO NO ASSUNTO

SECA – CAUSAS E COMO MINIMIZÁ-LA

            Fenômeno climático que faz parte da vida do nordestino e este ano tem sido implacável, causando transtornos e enormes prejuízos, a seca não é novidade. Segundo o pesquisador e estudioso no assunto Arlindo de Souza Fadigas, o primeiro registro de seca, feito pelo cronista Pero Magalhães Gandavo data de 1583. Mas Fadigas destaca que há como minimizar os efeitos do fenômeno e aponta causas que têm acelerado o agravamento das estiagens.
            Autor de um intenso trabalho sobre as Bacias Hidrográficas do Nordeste e Interligações das Bacias Hidrográficas, o feirense Arlindo de Souza Fadigas, que embora autodidata, dedica-se ao assunto “desde garoto” como ele mesmo afirma, garante que as secas no Nordeste brasileiro remontam da época do descobrimento do país e se agravam cada vez mais, quando poderiam ser abrandadas, devido o violento desmatamento que a região têm sofrido sem que as autoridades façam algo. Conforme Arlindo Fadigas a primeira grande seca no Nordeste ocorreu em 1583, “segundo o cronista Pero de Magalhães Gandavo” que já previa os ciclos das longas estiagens e o surgimento de órgãos com o fito e combater o fenômeno climático, porém com o desvio de recursos “como efetivamente têm ocorrido ao longo dos tempos”.
            Ressalta Fadigas que o sertão não foi sempre seco como nos dias atuais “tinha mais áreas de florestas e menos rios intermitentes”. O grande problema, destaca têm sido os desmatamentos e a solução para reverter o quadro é promover o reflorestamento sem o que investimentos governamentais – carros pipa, cestas de alimentos, seguro safra e frentes de trabalho (como já ocorreram) de nada valerão a não ser para que políticos tirem proveitos eleitorais. Garante que é preciso plantar árvores que tenham as folhas bastante espalmadas “para que elas absorvam mais gás carbônico e liberem mais oxigênio”. Além disso, acabar com as grandes queimadas tão comuns no Brasil.
            Arlindo Fadigas considera uma agressão ao meio ambiente a pratica adotada por criadores de gado bovino que desmatam grandes áreas para plantar capim. “A criação de gado, a agricultura e a fruticultura podem ser feitas sem a destruição da mata. É tudo uma questão de bom senso. As grandes árvores podem continuar em pé, basta tirar da área pequenos arbustos e matos a plantar entre as árvores: pastagens para o gado, legumes, verduras, árvores frutíferas e tudo isso com racionalidade”, adverte. Sobre as secas no Nordeste e enchentes no Sul ele garante que há uma correlação entre os dois fenômenos e é possível evitá-los.
            Conforme Fadigas alguns estudiosos relacionam a concomitância das secas e enchentes com a intensificação, também, das manchas solares, explosões, lufadas, aumento das atividades solares liberando ondas de calor, somados às bolhas de ar quente liberadas pelos grandes desertos nas áreas semi-áridas, constantes desmatamentos e poluição de um modo geral. Em relação a Feira de Santana, Fadigas lamenta a falta de compromisso do poder público que ao longo dos anos foi permitindo a destruição de lagoas, nelas surgindo invasões, empresas e outra formas de ocupação. “O último trabalho empreendido sobre as lagoas de Feira de Santana em 1995 e publicado por França Rocha Nolasco em 1998, com base no trabalho “Estudos e Possibilidades Hidrogeológicas de Feira de Santana (Anjos e Bastos 1968), indicam a existência de 48 lagoas, seis fontes, três rios e 11 riachos.


            Mas o potencial hídrico de Feira de Santana é enorme, garante Fadigas, explicando como auxílio de uma foto feito através de um satélite, a gigantesca reserva hídrica no subsolo. “Feira têm um vasto lençol freático, muita água mesmo, que poderia ser aproveitado para o abastecimento e utilização em serviços” diz. Preocupado com o meio ambiente ele alerta para a necessidade da adoção de medidas pelos governos para tentar frear os desmatamentos, as queimadas, as ocupações em área de preservação, a destruição de lagoas e riachos, redução dos índices dos diversos tipos de poluição, dentre outras, sob pena do agravamento dos fenômenos da natureza até um patamar destrutivo.

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