SECA
– CAUSAS E COMO MINIMIZÁ-LA
Fenômeno
climático que faz parte da vida do nordestino e este ano tem sido implacável,
causando transtornos e enormes prejuízos, a seca não é novidade. Segundo o
pesquisador e estudioso no assunto Arlindo de Souza Fadigas, o primeiro
registro de seca, feito pelo cronista Pero Magalhães Gandavo data de 1583. Mas
Fadigas destaca que há como minimizar os efeitos do fenômeno e aponta causas
que têm acelerado o agravamento das estiagens.
Autor
de um intenso trabalho sobre as Bacias Hidrográficas do Nordeste e Interligações
das Bacias Hidrográficas, o feirense Arlindo de Souza Fadigas, que embora
autodidata, dedica-se ao assunto “desde garoto” como ele mesmo afirma, garante
que as secas no Nordeste brasileiro remontam da época do descobrimento do país
e se agravam cada vez mais, quando poderiam ser abrandadas, devido o violento
desmatamento que a região têm sofrido sem que as autoridades façam algo.
Conforme Arlindo Fadigas a primeira grande seca no Nordeste ocorreu em 1583,
“segundo o cronista Pero de Magalhães Gandavo” que já previa os ciclos das
longas estiagens e o surgimento de órgãos com o fito e combater o fenômeno
climático, porém com o desvio de recursos “como efetivamente têm ocorrido ao
longo dos tempos”.
Ressalta
Fadigas que o sertão não foi sempre seco como nos dias atuais “tinha mais áreas
de florestas e menos rios intermitentes”. O grande problema, destaca têm sido
os desmatamentos e a solução para reverter o quadro é promover o
reflorestamento sem o que investimentos governamentais – carros pipa, cestas de
alimentos, seguro safra e frentes de trabalho (como já ocorreram) de nada
valerão a não ser para que políticos tirem proveitos eleitorais. Garante que é
preciso plantar árvores que tenham as folhas bastante espalmadas “para que elas
absorvam mais gás carbônico e liberem mais oxigênio”. Além disso, acabar com as
grandes queimadas tão comuns no Brasil.
Arlindo
Fadigas considera uma agressão ao meio ambiente a pratica adotada por criadores
de gado bovino que desmatam grandes áreas para plantar capim. “A criação de
gado, a agricultura e a fruticultura podem ser feitas sem a destruição da mata.
É tudo uma questão de bom senso. As grandes árvores podem continuar em pé,
basta tirar da área pequenos arbustos e matos a plantar entre as árvores:
pastagens para o gado, legumes, verduras, árvores frutíferas e tudo isso com
racionalidade”, adverte. Sobre as secas no Nordeste e enchentes no Sul ele
garante que há uma correlação entre os dois fenômenos e é possível evitá-los.
Conforme
Fadigas alguns estudiosos relacionam a concomitância das secas e enchentes com
a intensificação, também, das manchas solares, explosões, lufadas, aumento das
atividades solares liberando ondas de calor, somados às bolhas de ar quente
liberadas pelos grandes desertos nas áreas semi-áridas, constantes
desmatamentos e poluição de um modo geral. Em relação a Feira de Santana,
Fadigas lamenta a falta de compromisso do poder público que ao longo dos anos
foi permitindo a destruição de lagoas, nelas surgindo invasões, empresas e
outra formas de ocupação. “O último trabalho empreendido sobre as lagoas de
Feira de Santana em 1995 e publicado por França Rocha Nolasco em 1998, com base
no trabalho “Estudos e Possibilidades Hidrogeológicas de Feira de Santana
(Anjos e Bastos 1968), indicam a existência de 48 lagoas, seis fontes, três
rios e 11 riachos.
Mas
o potencial hídrico de Feira de Santana é enorme, garante Fadigas, explicando
como auxílio de uma foto feito através de um satélite, a gigantesca reserva
hídrica no subsolo. “Feira têm um vasto lençol freático, muita água mesmo, que
poderia ser aproveitado para o abastecimento e utilização em serviços” diz.
Preocupado com o meio ambiente ele alerta para a necessidade da adoção de
medidas pelos governos para tentar frear os desmatamentos, as queimadas, as
ocupações em área de preservação, a destruição de lagoas e riachos, redução dos
índices dos diversos tipos de poluição, dentre outras, sob pena do agravamento
dos fenômenos da natureza até um patamar destrutivo.
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