quinta-feira, 24 de setembro de 2015

CONTRA A SECA NO SEMI-ÁRIDO INDICADO O SOMBREAMENTO

Arlindo Fadigas, estudioso de climatologia e meio-ambiente volta a insistir na tese do reflorestamento da região Nordeste como um dos principais, senão o principal para reduzir os efeitos climáticos. Ele explica que é possível a população do semi-árido conviver com a estiagem, que é um fenômeno natural desde quando faça um bom sombreamento plantando árvores, inclusive frutíferas. A arborização possibilita maior umidade do solo e evita a grande evaporação que ocorre exatamente por falta de proteção para o terreno.
       A seca que tem atingido a Bahia com intensidade, embora abrandada nos últimos dias com as chuvas, é um fenômeno natural que precisa ser visto dessa maneira e tratado com programas específicos e não de última hora quando se apresenta, como ocorre todas as vezes que há uma longa estiagem. Arlindo, explica que “duas crianças – El Niño e La Niña – juntamente com o aumento das atividades solares, são os grandes controladores do clima da terra, através dos oceanos”.
            Ele observa que é possível amenizar e conviver com o problema através da técnica do sombreamento, que prevê o plantio de árvores de grande porte e outras nativas da região ou que a ela se adaptem, devido ao clima extremamente quente e seco da região Nordeste e do norte de Minas Gerais. Dentre essas espécies estão: mangueiras, cajueiros, jaqueiras, tamarineiros, jabuticabeiras, abacateiros, umbuzeiros e outras que além de frutíferas oferecem boa sombra. Essas árvores frutíferas têm que ser plantadas de forma bastante densa de maneira a produzir sombra para evitar a incidência dos raios solares diretamente sobre o solo durante muito tempo e com isso o ressecamento da terra que ocorre através da sucção da água, contribuindo também para a diminuição da água de rios, lagoas e outras reservas hídricas através do processo natural de evaporação.
            Ao fazer a técnica de sombreamento, o solo passa a ficar mais úmido e as raízes das árvores penetrando no solo fazem com que a água suba por gravidade ficando próxima à superfície da terra. O terreno úmido possibilita o plantio de verduras, legumes, árvores de pequeno porte, restabelecendo o equilíbrio do clima. Conforme Fadigas, o clima do Nordeste e do norte de Minas Gerais propicia até três colheitas/ano sendo excelente para o plantio do café, cacau e todos os tipos de hortaliça, bem como para as pastagens voltadas para rebanhos de caprinos e ovinos, tudo isso por entre as árvores.

            Salienta Arlindo Fadigas que o clima das regiões Sul e Sudeste é quente, seco e úmido diferente do ocorre no Nordeste onde o clima é quente e seco. “É justamente a falta de umidade relativa do ar na região Nordeste que explica o problema da seca no Nordeste brasileiro e no norte de Minas” relata. Reforça assim a necessidade de essas regiões terem um amplo programa de reflorestamento. “O aumento da umidade do ar em torno de 70% a 80% é essencial para amenizar os efeitos da seca na região a ponto de nós não mais a sentirmos pois ela passará a ter um regime mais brando principalmente pela chuva que cairá com maior freqüência a abundância”. Arlindo Fadigas conclui conclamando autoridades e habitantes da região para que iniciem, o quanto antes, o  processo de reflorestamento. “Já estamos atrasados e em muito. O replantio de árvores no Nordeste e em especial na nossa região, o semi-árido, deveria ter sido iniciado há muito tempo, mas se começarmos logo nossos filhos e netos terão por certo, uma região bem melhor para viver”. 

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