O sol intenso e o forte calor que tem feito nos
últimos dias, exatamente a partir da entrada do outono, no dia 21 de março,
quando a temperatura deveria na verdade abrandar, reforça a teoria do estudioso
em climatologia Arlindo de Souza Fadigas que defende a mudança no calendário agrícola com base nas
estações do ano, que de quatro – verão, outono, inverno e primavera, deveriam
ser reduzidas para três estações no ano. “No Brasil e no Mundo são quatro
estações de 03 meses cada, mas hoje se bem observados, são três estações de
quatro meses cada. Então é preciso estudar o assunto com atenção e mudar esse
quadro, estabelecendo um calendário realista que possa facilitar a vida do
homem no campo” diz.
As
estações do ano no Brasil: outono (a partir de 20 de março), inverno (21 de
junho), primavera (23 de setembro) e verão (21 de dezembro), na opinião de
Fadigas não corresponde à realidade vivida pelo território brasileiro. “O
nordeste, que é onde nós estamos, está localizado em uma região intertropical –
entre o Trópico de Capricórnio e a Linha do Equador e apenas 7% das terras do
país estão fora desse perímetro. Exatamente por isso as mudanças de estações
quase não são percebidas, o que não ocorre na Europa, por exemplo. Lá o verão é
quente e o inverno registra temperaturas abaixo de zero, neva e faz frio
intenso”, observa.
De
acordo com Arlindo Fadigas para o correto aproveitamento do potencial das
terras brasileiras, em especial no Nordeste deveria ser observado o quadro
climático com base em três estações: primavera (setembro a dezembro), verão
(janeiro a abril) e inverno (maio a agosto). Observa que na metade do último
mês de cada estação, seguindo-se esse novo modelo de calendário será possível
perceber a mudança de estação, o que não ocorre agora pelo sistema tradicional
com quatro estações. Ressalta também que há um erro que se repete todos os anos
na região de Feira de Santana em relação ao calendário agrícola.
“A
tradição diz que o plantio agrícola (feijão e milho, principalmente), deve ser
feito em março, com base nas chuvas do dia de São José (23 de Março) o que não
corresponde à verdade. O ideal seria começar a semear, a plantar, em abril,
quando começa o período de chuvas, geralmente na metade do mês. Fadigas
comunga também como pensamento do
secretário executivo do Movimento de Organização Comunitária (MOC) Naidison
Quintela Batista que em reportagem publicada na Folha do Norte, em maio do ano
passado, disse que “o homem do campo precisa criar cultura de estoque e
adequação”.
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