quinta-feira, 24 de setembro de 2015

PROJETO PODE EVITAR POLUIÇÃO DE LAGOAS

Feira de Santana é uma cidade diferente, enquanto Salvador há os chamados “pinicões” para receber esgotos domésticos e águas pluviais, que depois do tratamento tem a parte líquida lançada em riachos, aqui os dejetos e água de chuva vão diretamente para as lagoas poluindo-as e deixando-as verdadeiros “pinicões” sujos. A observação é do pesquisador e ecologista Arlindo Fadigas que tem estudos sobre o assunto e propõe que o governo municipal dê um tratamento próprio à questão evitando o que vem ocorrendo nas principais reservas hídricas de cidade com as lagoas do Prato Raso, Salgada, Chico Maia, Grande, Bereca, Pindoba e Subaé, sem se falar na Lagoa da Pedra do Cavalo.
Autor do Projeto “Lagoas da Princesa”, Fadigas sugere que as águas de chuvas sejam canalizadas para as lagoas mais próximas da cidade evitando que as ruas fiquem alagadas. Isso seria feito observando-se a topografia e zoneamento. Por exemplo, as águas pluviais do centro da cidade poderiam desaguar na Lagoa do Prato Raso que é a mais próxima, através de canaletas, como também para os canais de macro-drenagem, mediante o declive natural do terreno. Em áreas planas como a Avenida Getúlio Vargas, o escoamento seria através de tubulação. As águas da Getúlio Vargas também poderiam ser direcionadas para o Prato Raso e Buraco Doce.
O ideal, explica Fadigas, seria canalizar toda a água pluvial no sentido das três bacias hidrográficas existentes que “coincidentemente estão dentro da área urbana de Feira de Santana: bacia do Rio Pojuca, bacia do Rio Subaé e bacia do Rio Jacuípe”. Em relação a eficiência dos conhecidos “pinicões”, Arlindo Fadigas cita o caso de Salvador onde há vários desses reservatórios. “Nos bairros de Cajazeiras, Boca da Mata, Fazenda Grande e Águas Claras há “pinicões” armazenando água de residências que são tratadas, segundo a Embasa, e depois lançadas via tubulação, para riachos próximos. A Embasa usa produtos químicos para o tratamento, tanto que não há mau cheiro desses locais. Após o tratamento, como já foi dito, a parte líquida vai para riachos e a parte sólida (dejetos) fica no fundo dos reservatórios”.
Outro item apresentado por Fadigas seria a retirada das famílias que estão instaladas próximas ou dentro de lagoas como ocorre no Prato Raso, Subaé, Salgada e Lagoa de Chico Maia principalmente. Essas famílias que além do perigo de terem suas casas destruídas, no caso de uma chuva muito forte, estão em áreas insalubres, convivendo com ratos, cobras, baratas e outros animais nocivos seriam relocadas para núcleos habitacionais de programas como “Minha Casa Minha Vida”. “É importante dar dignidade a estas famílias e isso faz parte do processo de melhoria da qualidade de vida que tanto é definida pelos políticos”.

Fadigas observa que as lagoas depois desse processo deverão ser dragadas para que o espelho d água volte a ser visto como antigamente, transformando-se em uma atração, como ocorre com o Dique do Tororó, em Salvador. Há vários itens significativos nesse procedimento ressalta: deixar a cidade livre de alagamentos nos períodos de fortes chuvas, realimentar e recuperar as lagoas, tornando-as pontos de atração e sobretudo, humanizar a cidade que sofre com o acelerado desenvolvimento imobiliário.

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